.......Acordei durante a noite, voltei-me para o outro lado, tornei a voltar-me ... o sono teimou em não voltar ... súbito lembrou-me que estava no Alentejo, à memória veio-me uma quadra de
Florbela Espanca que se encontra exposta na parede da sala grande da
Junta de Freguesia de Vila Alva ...

Em vão remédio para tanta água!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede
... Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
.......... Levantei-me, fui à cozinha e bebi um copo de água. Voltei para a cama, deitei-me e logo adormeci ...
Árvores do Alentejo
ResponderEliminarHoras mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a benção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
(...)