segunda-feira, 22 de março de 2010

Florbela Espanca

.......Acordei durante a noite, voltei-me para o outro lado, tornei a voltar-me ... o sono teimou em não voltar ... súbito lembrou-me que estava no Alentejo, à memória veio-me uma quadra de Florbela Espanca que se encontra exposta na parede da sala grande da Junta de Freguesia de Vila Alva ...




Em vão remédio para tanta água!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede
... Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!



.......... Levantei-me, fui à cozinha e bebi um copo de água. Voltei para a cama, deitei-me e logo adormeci ...


1 comentário:

  1. Árvores do Alentejo

    Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
    A planície é um brasido e, torturadas,
    As árvores sangrentas, revoltadas,
    Gritam a Deus a benção duma fonte!

    E quando, manhã alta, o sol posponte
    A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
    Esfíngicas, recortam desgrenhadas
    Os trágicos perfis no horizonte!

    Árvores! Corações, almas que choram,
    Almas iguais à minha, almas que imploram
    Em vão remédio para tanta mágoa!

    (...)

    ResponderEliminar