terça-feira, 20 de abril de 2010

Psyco II

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Piano em (Des)Concerto


Escutem com atenção o ritmo do compasso
Longínqua sonoridade que chega suavemente
Gradual elevação da nossa mente no espaço
Pelos dedos que deslizam nas teclas suavemente
Dedilham frágeis parecem mortos de cansaço
Em tumultuoso esforço se movem aparentemente
Esmorecido de dor ecoa o pesar o sofrimento
Em cada tecla premida soa o som de um lamento

Guardados na gasta pauta os velhos gemidos
Um a um de tristeza na noite se fazem ouvir
A Clave enrola-se sem alma para reagir
Súbito silêncio surge dos dedos constrangidos
Atormentados bradam aos céus a pedir
Os dedos arrastam-se em dolorosos ais sumidos
Uni-vos estrelas em ala na negra vastidão
Unam-se arpões de fogo viajantes na imensidão

Fundam-se em erupção no firmamento a ecoar
Os dedos cravados nas teclas com violência
Nas cordas esticadas os martelos a castigar
Som repentino arrancado sem clemência
Movimentos endiabrados no teclado sem parar
Aumentam o compasso com extrema evidência
Ao som ensurdecedor o piano estremece
Estrondo clarão cai o pano e desaparece
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...............................................................................................António Barbosa

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